A colheita é uma etapa fundamental da safra da soja e requer uma série de cuidados a fim de evitar perdas que, por sua vez, impactam negativamente os resultados do produtor.
Até certo nível, as perdas na colheita são normais e esperadas, porém, segundo dados do IBGE, “o Brasil perde aproximadamente 1,5 milhão de toneladas com a colheita de soja”, o que ressalta a importância de olharmos para esse tema com foco em reduzir os danos ao máximo.
Pensando nisso, com base no que preconiza a cartilha da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado de Mato Grosso (Aprosoja), listamos os principais motivos de perdas durante a colheita e algumas recomendações para mitigá-las:
Momento errado
Primeiramente, devemos lembrar que realizar a colheita da soja no momento errado – seja mais cedo, seja mais tarde que o orientado – pode danificar os grãos, prejudicando a qualidade da safra e aumentando consideravelmente as perdas.
Os danos referentes a uma colheita tardia estão ligados à deterioração das sementes. Já a colheita antecipada, segundo informações da Embrapa, pode proporcionar acentuados níveis de danos mecânicos nas colheitadeiras, mesmo com ajuste do sistema de trilha, afetando a qualidade das sementes.
Regulagem do maquinário
Entre os principais fatores que resultam em prejuízos para a colheita estão também os problemas no maquinário, que ocorrem por defeitos, desregulagens e até mesmo erros durante o uso da colheitadeira.
Esses problemas podem acontecer na plataforma de corte, como na desregulagem que ocasiona o rompimento de plantas secas; nos componentes internos dos equipamentos, causando perdas variadas na unidade de trilha; nos saca-palhas, por conta de grãos soltos que não foram separados da palha; nas peneiras; na rotação do cilindro; e por fugas.
Dessa forma, é de extrema importância fazer a manutenção prévia e correta da colheitadeira, bem como ter sempre um profissional treinado para a melhor execução da máquina.
Importante salientar que, além da redução de perdas de grãos, o cuidado preventivo com os equipamentos utilizados na lavoura também preserva os mesmos, evitando danos expressivos – ou totais – da colheitadeira e/ou de seus componentes.
Padrão de umidade
A umidade, aspecto relevante durante todos os estágios da soja, é outra questão a ser priorizada na colheita. Segundo dados da Embrapa, a umidade dos grãos deve estar entre 13% e 15% na hora de colher.
Quando as plantas estão abaixo desses níveis, portanto muito secas, há o maior risco de perdas na plataforma de corte. Por outro lado, a alta umidade causa danos não aparentes aos grãos, que também prejudicam a safra devido à queda de qualidade destes.
Plantio adequado
Seguir as orientações de manejo desde a semeadura é essencial para obter uma colheita otimizada. Erros de plantio, como no espaçamento entre as linhas, podem prejudicar o desempenho das máquinas e trazer grandes danos à colheita.
Nesse sentido, existem dois principais espaçamentos, o reduzido e o convencional. Segundo o portal Mais Soja, a escolha pelo melhor tipo depende do perfil de cada cultivar, por isso é importante conhecer e respeitar as características da variedade utilizada a fim de garantir desempenhos mais satisfatórios.
Respeitar a velocidade da colheita é igualmente fundamental para reduzir perdas. O operador da colheitadeira, de acordo com a Embrapa, deve manter velocidade entre 4 e 6,5 km/h. A velocidade inferior à indicada pode significar atraso remanescente no plantio de outras culturas, já a velocidade maior aumenta a possibilidade de quebra dos grãos.
Controle de daninhas
Outra adversidade a ser controlada são as ervas daninhas, que, além de prejudicarem a qualidade da soja em si, também comprometem o desempenho do maquinário, implicando no andamento desta etapa.
Por isso, é importante fazer a dessecação pré-colheita, que, mais do que antecipá-la, uniformiza a área e controla as plantas invasoras, otimizando a qualidade e a eficiência da operação.
Ciclo da soja
Por último, mas não menos importante, é preciso estar atento ao ciclo e às potencialidades de cada variedade da soja, já que as cultivares usadas em diferentes regiões possuem características e exigências específicas.
Isto é, quão mais adequada e adaptada à determinada área, melhores resultados a semente pode oferecer.
Além disso, é de suma importância o uso de sementes certificadas, livres de patógenos e desenvolvidas com controle de qualidade. A escolha da semente ideal é a origem do bom andamento da safra.
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