Pequenos, médios e grandes produtores, de todas as regiões do país, podem ter ganhos de até 29% em produtividade e uma redução de, em média, 23% nos gastos com insumos. Esses são alguns dados relacionados à agricultura de precisão, conforme mostra um levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul).
A agricultura de precisão, chamada também de AP, auxilia o produtor nas variadas etapas e processos da safra, trazendo muitos outros benefícios que vão além do rendimento e da lucratividade.
O que é a agricultura de precisão?
Podemos definir a AP como um conjunto de ferramentas, técnicas e tecnologias que garantem a melhor compreensão e, consequentemente, o melhor manejo de cada área produtiva.
De forma equivocada, pode-se entender que a AP está ligada somente a soluções tecnológicas. Embora dependa delas, a agricultura de precisão se baseia principalmente na percepção real da área, sobretudo em relação ao solo e ao clima.
Para a AP, o entendimento de que toda propriedade não é uniforme, e portanto possui necessidades específicas em cada talhão (parte), é o que possibilita tomadas de decisão mais assertivas e a implantação de tecnologias que facilitam o uso de recursos, impulsionam a produtividade e, claro, agilizam o dia a dia do agricultor.
A AP no Brasil
Introduzida no início da década de 90 no Brasil, a agricultura de precisão começou com o uso de máquinas agrícolas com receptores GNSS (Global Navigation Satelite System), computadores de bordo e a geração de mapas de produtividade. Ferramentas que, até hoje – de forma evoluída -, ajudam os produtores do país.
Vale lembrar que, à época, a Internet não era uma realidade no cotidiano das pessoas, sobretudo no campo. A chegada da AP foi, então, uma disrupção no modo de produzir.
Desde então, a agricultura de precisão progrediu com muita velocidade, assim como a tecnologia e os meios digitais, de uma forma geral. No ano 2000, por exemplo, já existiam diversas consultorias especializadas em AP pelo país.
De acordo com um levantamento do Kleffmann Group, apresentado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) no ano de 2019, aproximadamente 45% dos produtores do país utilizam ao menos uma técnica de AP. A pesquisa ainda mostra que a maioria desses produtores é da região Centro-Oeste do Brasil e que, entre os agricultores mais jovens (com até 40 anos), o percentual de adeptos da agricultura de precisão sobe para cerca de 70%.
Precisão e resultado
A incorporação da AP não é mérito somente da digitalização global: seus efeitos são perceptíveis e fazem a diferença no campo.
Com o parcelamento da propriedade, em talhões definidos de acordo com a variabilidade de solo e clima, o agricultor pode planejar a sua safra de maneira eficiente e, em muitos processos, automatizada.
Destaca-se, nesse sentido, o uso otimizado de insumos. Antigamente, em outros modelos produtivos, a aplicação de defensivos agrícolas, fertilizantes e afins, era realizada através de médias baseadas em amostragens. Assim, toda a área recebia um “tratamento global”, independente das necessidades específicas e/ou histórico de cada ambiente.
Com o reconhecimento e divisão em talhões, é possível planejar uma distribuição inteligente desses recursos, economizando os gastos com insumos, evitando negligências ou excessos e adotando um modelo mais sustentável para todas as partes envolvidas, incluindo o meio ambiente.
Monitoramento, automação e informação
A depender dos sistemas adotados pelo produtor, a aplicação dos insumos pode ser total ou parcialmente automatizada, levando em consideração o ciclo e as demandas das culturas.
Outros processos, como o próprio plantio e a colheita, também podem contar com automações, assim como podem ser monitorados de forma constante, através de sensores, medidores e relatórios.
O monitoramento das atividades agrícolas é um grande avanço da AP, pois auxilia tanto no acompanhamento em tempo real da safra como na gestão completa e em longo prazo da propriedade.
Podemos afirmar que, com a agricultura de precisão, o produtor obtém informações úteis que, antes, não tinha acesso.
Ferramentas da AP
Muitas ferramentas fazem parte da agricultura de precisão. Além dos drones e do GPS, comumente associados à AP, temos também sensores (remotos, de temperatura, solo etc.), estações meteorológicas, sistemas de geolocalização e georreferenciamento e os softwares agrícolas.
Dentro dessas plataformas, as possibilidades são inúmeras: há softwares para o mapeamento de pragas e doenças, monitoramento de processos, como irrigação e adubação, gestão de maquinário e muitos outros.
Um exemplo dessas ferramentas é Neoguia que, a partir do talhonamento da propriedade, gera imagens NDVI e relatórios, registra atividades, monitora o desenvolvimento da lavoura e conta até com a função de recomendador, selecionando cultivares de soja devidamente indicadas para o perfil daquela área.
Tecnologia de ponta a ponta
Para o futuro, é esperado que a agricultura de precisão siga evoluindo e transformando ainda mais a forma de produzir. Especialistas já falam sobre o “agro 5.0”, uma fase da produção agrícola em que todas as etapas da safra estarão conectadas.
A estrutura do agro 5.0 já é, na verdade, uma realidade de muitas áreas produtivas do Brasil e do mundo, sobretudo as de grande porte. Porém, a tendência é que a tecnologia de ponta a ponta seja absorvida por todos os perfis de produtores, uma vez que seus resultados geram produtividade, controle e assertividade.
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