O vazio sanitário é uma medida criada em 2021 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a partir do Programa Nacional de Controle da Ferrugem-asiática da Soja (Phakopsora pachyrhizi), uma das doenças mais graves que afetam a sojicultura.
Tal iniciativa fitossanitária tem como objetivo, a partir de um calendário de semeadura, controlar o fungo que causa a ferrugem-asiática, reduzindo o uso de fungicidas ao longo da safra, bem como sua resistência a esses químicos.
De acordo com informações da Embrapa, a Portaria nº 306, que institui o Programa, define um período para não se manter plantas vivas de soja em áreas determinadas. O tempo de vazio tem como duração mínima 90 dias, sem soja e outras plantas voluntárias no campo, reduzindo assim a presença do fungo na entressafra, o que ocasiona a aparição tardia dessa doença na safra e, assim, minimiza danos e perdas – segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, os danos causados pela ferrugem podem variar de 10% a 90% da produção.
O tempo estipulado para o vazio sanitário é estabelecido, ano a ano, pela Secretaria de Defesa Agropecuária, a partir das indicações de Órgãos de Defesa Sanitária Vegetal, e varia de acordo com a região sojícola, sendo indicados períodos diferentes de pausa para os diversos estados brasileiros.
Confira abaixo algumas estratégias de manejo importantes para esse momento:
Seguir o calendário de acordo com seu estado
Pensando na importância de seguir criteriosamente os prazos indicados pelo Ministério da Agricultura, a Neogen reforça aqui as instruções voltadas para cada estado brasileiro. Para que a medida seja efetiva, é preciso que produtores de soja somem esforços junto aos órgãos responsáveis e sigam à risca as instruções indicadas.
Rotacionar com culturas que não são hospedeiras de ferrugem-asiática
Seguindo as indicações do Manejo Integrado de Pragas (MIP), da Embrapa, a rotação do plantio da soja com outras variedades que não são acometidas pela ferrugem-asiática, como o milho, é também indicada para evitar perdas na lavoura por esse fungo, já que seu risco de sobrevivência entre as safras é reduzido.
Realizar adubação verde
Como o período de vazio sanitário exige uma pausa no plantio, é possível aproveitar esse período para realizar a adubação verde, aproveitando esse tempo para contribuir com a nutrição do solo.
De acordo com o Mais Soja, essa técnica agrícola de base ecológica é o cultivo de uma ou mais espécies de plantas para cobertura de solo, com alta produção de fitomassa. Tal manejo melhora as condições do solo, auxilia no controle de pragas e doenças e, consequentemente, colabora para a produtividade da lavoura, trazendo benefícios à safra e ao produtor rural.
Investir em cultivares com resistência genética
Para conseguir controlar de forma efetiva a ferrugem-asiática, medidas múltiplas de manejo são necessárias. Uma delas, de acordo com o documento “Ferrugem-asiática da soja: bases para o manejo da doença e estratégias antirresistência”, da Embrapa, é usar cultivares geneticamente tolerantes à doença, uma opção importante para o manejo da praga, já que tais variedades são menos sujeitas a impactos negativos na produtividade.
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