As plantas daninhas correspondem a uma das principais preocupações do sojicultor brasileiro. Isso porque podem ocasionar problemas diretos à cultura, competindo com a soja por nutrientes, água e outros recursos essenciais ao desenvolvimento das plantas, bem como prejuízos indiretos, sobretudo financeiros, devido à necessidade de manejo.
Dados da Embrapa mostram que, dependendo da espécie de daninha e de sua quantidade registrada na área, as perdas de produtividade podem superar os 79%.
As daninhas ainda representam riscos fitossanitários às lavouras, já que podem ser hospedeiras de pragas, doenças e nematóides, o que coloca não somente a soja em risco, como também a cultura sucessora.
As espécies de daninhas mais comuns na cultura da soja
No Brasil, existem diversas espécies de daninhas que atingem as áreas sojícolas, sendo algumas das mais conhecidas dos produtores o capim-amargoso, capim-pé-de-galinha, amendoim-bravo ou leiteira, buva, trapoeraba e caruru.
A melhor e mais eficiente alternativa para lidar com todas elas é, via de regra, a prevenção. Isto é, impedir que as daninhas invadam as lavouras de soja. Nesse sentido, algumas das principais ações preventivas são: uso de sementes e fertilizantes livres de propágulos de daninhas, limpeza correta do maquinário agrícola, limpeza das beiras de estradas, cercas e canais de irrigação e o isolamento de áreas infestadas.
Porém, caso haja a presença das invasoras, é preciso primeiramente identificá-las (em espécie) corretamente e medir a densidade populacional de cada espécie presente na área. A Embrapa conta com um manual para auxiliar na identificação em campo – clique aqui para acessá-lo.
É dessa forma que o produtor pode combater as daninhas de forma assertiva, combinando essencialmente três técnicas: dessecação pré-plantio, uso de herbicidas pré-emergentes e de herbicidas pós-emergentes.
Dessecação pré-plantio: campo limpo e palhada
Chamada também de dessecação antecipada, essa técnica visa eliminar ao máximo daninhas e plantas voluntárias, oriundas da cultura antecessora, que podem trazer problemas ao desenvolvimento da soja. De forma geral, é orientada a ser feita de 15 a 20 dias antes da semeadura, utilizando herbicidas recomendados para esse fim.
O principal objetivo da dessecação é deixar o campo “limpo” para o plantio, tornando o ambiente propício para a germinação das sementes. O recurso também fornece palhada ao solo, o que potencializa as condições ambientais, sobretudo de umidade, e ainda auxilia no manejo de diversas pragas, como os insetos, já que reduz o acesso a alimentos.
Aplicação de herbicidas pré-emergentes
Após a dessecação, e visando a máxima eficiência no controle, há os herbicidas chamados “pré-emergentes”. Eles atuam diretamente no banco de sementes do solo, inibindo e/ou prejudicando a germinação dessas sementes e, dessa forma, reduzindo os fluxos de emergência das daninhas.
De forma geral, esses defensivos também apresentam efeito residual no solo, ajudando no controle das plantas inimigas depois de emergirem.
Uso de herbicidas pós-emergência das daninhas
A pós-emergência, no entanto, exige herbicidas ideais para tal finalidade. Recomenda-se que sua aplicação seja feita sob intenso monitoramento das áreas que apresentam e/ou já apresentaram infestação de daninhas, a fim de agir nos estádios iniciais do desenvolvimento destas.
Via de regra, quanto mais antecipada a aplicação dos pós-emergentes, melhores os resultados.
Vale ainda lembrar que a variação de ativos aplicados em campo é também uma importante recomendação, já que ajuda a reduzir a tolerância das daninhas aos químicos.
Outros métodos para combater as daninhas
A Embrapa ainda indica a rotação de culturas como uma importante estratégia, já que o desenvolvimento vigoroso da soja a torna mais forte e competitiva ao lidar com as invasoras, além de reduzir, gradativamente, a necessidade do uso de herbicidas. Nesse sentido, as boas práticas agrícolas propiciam o ambiente favorável para que a cultura se desenvolva adequadamente.
O rápido fechamento das entrelinhas, a rotação de culturas e o uso de coberturas mortas durante a entressafra são algumas das recomendações da Embrapa.
Uso de sementes ideais certificadas
As safras se originam na semente, por isso, quando falamos do manejo de doenças, pragas e daninhas, sempre devemos lembrar que o uso de sementes certificadas e de variedades recomendadas para cada região sojícola é fundamental.
A qualidade das sementes, aliada a uma boa condição de plantio, são fatores determinantes e que garantem ao produtor a segurança necessária para as cultivares expressarem seu máximo potencial produtivo. Vale lembrar que o uso de sementes não certificadas e de baixa qualidade podem conter, dentre outras impurezas, daninhas misturadas, acarretando nos prejuízos citados anteriormente.
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