A entressafra da soja, que ocorre logo após a colheita, é crucial para garantir uma boa safra futura. Além de preparar o solo e controlar as plantas daninhas, o manejo adequado dessa fase pode otimizar a produção da primeira safra, além de promover práticas sustentáveis.

Nesse período, a rotação de culturas é muito importante. Segundo a Embrapa, a prática é definida como “a alternância ordenada de diferentes culturas, em um determinado espaço de tempo (ciclo), na mesma área e na mesma estação do ano.” Desse modo, a rotação de culturas contribui para a manutenção da saúde do solo e a melhoria contínua da produção.

Já a sucessão das mesmas culturas por anos consecutivos, a exemplo da troca entre soja e milho, pode ser prejudicial. A prática pode provocar problemas, como a redução da qualidade do solo e o aumento de ocorrências fitossanitárias, a exemplo da infestação de plantas daninhas resistentes a herbicidas e o surgimento de pragas de difícil controle.

De acordo com a Embrapa, a rotação das culturas  colabora para a melhora da qualidade física, química e biológica do solo, resultando em um maior rendimento da soja. No sentido oposto, a sucessão na entressafra pode resultar em:

• Diminuição do teor de matéria orgânica do solo (MOS);
• Degradação da estrutura do solo;
• Intensificação dos processos erosivos;
• Redução da atividade e diversidade biológica;
• Aumento da incidência e severidade de alguns insetos-praga e doenças;
• Aumento da infestação de plantas daninhas.

Opções de culturas para a entressafra

De acordo com a Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a principal espécie cultivada na entressafra da soja é o milho segunda safra, que ocorre geralmente entre os meses de fevereiro e julho. O milho se desenvolve bem, beneficiando-se do rápido ciclo de crescimento e da estrutura de solo deixada pela soja.

Trigo, aveia e cevada, as chamadas culturas de inverno, são boas alternativas para as regiões mais frias, especialmente na parte subtropical do país, que envolve parte do estado de São Paulo e do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e a porção sul de Mato Grosso do Sul. Além de diversificar a produção, contribuem para a cobertura do solo, reduzindo problemas com pragas e doenças da soja.

Para fazer cobertura, espécies como o capim braquiária ruziziensis e as crotalárias são opções que melhoram a qualidade e conservação do solo em regiões onde não há incidência de geadas, segundo Alvadi Antonio Balbinot Junior, pesquisador da Embrapa, em artigo publicado no Canal Rural. As crotalárias também são boas alternativas, já que podem incorporar nitrogênio no solo via fixação biológica e contribuir no manejo de nematoides. O feijão segunda safra é outra opção viável, pois a cultura se aproveita das mesmas condições de solo e clima deixados pela soja.

Vale destacar que, de acordo com os pesquisadores da Embrapa, é comum ocorrer a multiplicação de plantas daninhas no período de entressafra da soja. Isso acontece pois o solo está descoberto, favorecendo a proliferação. Assim, é fundamental que os produtores iniciem o manejo de plantas invasoras durante essa fase.

Investir na variedade de culturas durante a entressafra não influencia apenas na produtividade e saúde do solo, mas também proporciona resiliência aos sistemas de produção. Ao diversificar os cultivos, mitigamos problemas como a degradação do solo e o aumento de pragas, enquanto colaboramos com a segurança alimentar, reduzimos a dependência de insumos externos e promovemos sustentabilidade no campo.

Gostou deste tema? Clique aqui e confira outros artigos sobre o agronegócio e o universo da soja! Veja também os nossos conteúdos exclusivos no Instagram, Facebook e YouTube.

Para encontrar a semente ideal para a sua área, acesse o portfólio 2024/2025 da Neogen.